Carboidratos de lenta absorção: o que são? Como ajudam na melhora da glicemia?

Carboidratos de lenta absorção

O carboidrato é o nutriente que mais afeta a glicemia, pois quase 100% são convertidos em glicose, em um tempo que pode variar de 15 minutos a 2 horas. Porém, existem alguns fatores que podem interferir na resposta glicêmica. São eles: 1-3
Tipo de carboidrato: Os carboidratos simples (de digestão rápida) elevam muito mais a glicemia do que alimentos com digestão mais lenta (carboidratos complexos);
Fibras: Carboidratos ricos em fibras diminuem a velocidade da digestão, contribuindo com o controle da hiperglicemia;
Proteínas: Comer carboidratos acompanhados de proteínas, estimula a produção de insulina e diminui o esvaziamento gástrico, retardando assim os picos de glicose pós-refeição.
Forma de consumo: Carboidratos in natura têm a digestão mais lenta. Por exemplo: O suco de laranja tem maior índice glicêmico do que comer a laranja com o bagaço, por isso o consumo da fruta e si é mais interessante do que na forma de suco. Comer grãos e frutas com cascas, deixam a digestão mais lenta, favorecendo o controle da glicemia.

Quais são os tipos de carboidratos? 2

Os carboidratos são classificados em:
Carboidratos Simples: Glicose, frutose, sacarose e lactose.
Fontes: frutas, mel, açúcar do leite e produtos industrializados com açúcar. São rapidamente absorvidos pelo organismo e possuem alto índice glicêmico, isto é, aumentam rapidamente a glicose no organismo.
Carboidratos Complexos: Apresentam digestão e absorção mais lenta e prolongada.
Fontes: cereais e derivados como: arroz, trigo, milho, aveia, massas, pães, biscoitos, tapioca, cuscuz, macarrão, polenta, pipoca, batatas, mandioca, mandioquinha e nas leguminosas, como: feijões, ervilha, lentilha, grão-de bico e soja.

Qual é a recomendação de carboidratos para pessoas com diabetes? 1

A recomendação é bem parecida com as definidas para a população geral, sendo entre 45% e 60% da composição da dieta. Isto é, até 60% das calorias do dia podem vir de alimentos ricos em carboidratos.

Pessoas com diabetes podem fazer dietas low carb ou excluir carboidratos da dieta? 1,4

Embora o carboidrato seja composto de glicose, os alimentos que contêm esse nutriente são também fontes importantes de energia, fibras, vitaminas e minerais.

Mesmo as dietas chamadas de “low carb”, onde se reduz muito o consumo de carboidratos, não é uma mudança necessária, pois acaba diminuindo drasticamente alimentos como as frutas e os diversos vegetais, o que pode acarretar na deficiência de vitaminas, minerais e fibras, nutrientes importantes na proteção contra doenças do coração e circulação, câncer, entre outras.

O que pode ser usado no lugar no açúcar? 5,6

O açúcar, conhecido também como sacarose, pode fazer parte da alimentação da pessoa com diabetes em quantidades bem moderadas (10% do total de carboidratos do dia). Isso porque é um dos carboidratos simples, de digestão rápida, o que aumenta a glicose sanguínea. Sendo assim, sempre que possível, é interessante substituir a sacarose por outros carboidratos de digestão lenta.

A isomaltulose é um exemplo de carboidrato de absorção lenta e com baixo índice glicêmico sendo encontrado naturalmente em pequenas quantidades no mel e na cana-de-açúcar e produzida em grandes quantidades por rearranjo enzimático do açúcar da beterraba. A isomaltulose já é muito usada como um excelente substituto da sacarose e maltodextrina em produtos para diabéticos e pessoas com resistência à insulina. O gosto é muito parecido com o sabor do açúcar e, o poder adoçante é cerca de metade da sacarose. A isomaltulose é inclusive muito usada por praticantes de atividades físicas, pois dispara a glicose aos poucos no organismo, mantendo o corpo com energia durante todo o exercício.

Indicações do uso da isomaltulose como substituto do açúcar na alimentação de pessoas com diabetes: 5,6

Redução de 20 a 50% na glicemia e níveis de insulina;
Retardo no pico de glicose;
Redução da quantidade total de glicose na circulação sistêmica;
Protege contra hipoglicemia durante as atividades físicas;
Manutenção do peso.

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Referências:

  1. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. Princípios gerais da orientação nutricional na diabetes mellitus. 2017/2018.
  2. Seyffarth Soccal Anelena. Os alimentos: calorias, macronutrientes e micronutrientes. CRN 5.
  3. Ma J, Stevens JE, Cukier K, Maddox AF, Wishart JM, Jones KL, Clifton PM, Horowitz M, Rayner CK. Effects of a protein preload on gastric emptying, glycemia, and gut hormones after a carbohydrate meal in diet-controlled type 2 diabetes. Diabetes Care. 2009 Sep.
  4. Sartorelli Daniela S., Cardoso Marly A.. Associação entre carboidratos da dieta habitual e diabetes mellitus tipo 2: evidências epidemiológicas. Arq. Bras. Endocrinol Metab. 2006.
  5. Maresch CC et al. Low glycemic index prototype isomaltulose—update of clinical trials. Nutrients, 2017;9(4):381, 2017.
  6. Lina Bar et al. Isomaltulose (PalatinoseR): a review of biological and toxicological studies. Food and Chemical Toxicology, 2002;40(10):1375-1381.
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